terça-feira, 11 de novembro de 2014

Precisamos urgentemente falar mais sobre as ações do bem


Como queremos que as pessoas se mobilizem para ajudar o próximo, se a todo momento somos "atacados" com notícias de assassinatos, roubos e tragédias? 
Diante de um cenário aonde as notícias ruins são a maioria na mídia, as pessoas acabam ficando paralisadas e achando que nada que fizerem irá mudar a "realidade". 
Se acomodam e as notícias ruins acabam fazendo parte da rotina das pessoas. É comum, é banal, é normal. "Ah, não adianta fazer nada, o mundo está acabando e ficando sempre pior, mesmo."

Conversando com Edgard , ele nos contou a história do Gato e do Cachorro. 
Imaginem um gato sendo perseguido por um cachorro com cara de muito bravo. O gato se depara com um corredor fechado aonde ele só conseguirá se livrar do perigo de ser devorado pelo cachorro, se ele conseguir escalar o muro. 
Porém esse muro é escorregadio e o gato não consegue. 
Ele se vê cara a cara com o gigante. 
O gato arrepia todo para afastar o perigo...não adianta.
Sem saber o que fazer e como fazer, o que o gato faz? 
Desmaia. Finge de morto. Vai que o cachorro desiste dele. 
Mas o cachorro continua ali, do seu lado. 
O gato abre os olhos e continua vendo o cachorro.
O gato pensa...Não vou brigar, já que ele é mais forte e eu vou morrer mesmo. Vou ficar quieto para não sentir dor.

É mais ou menos assim que as pessoas estão se sentindo. 
O "gigante e perigoso cachorro" está na porta de casa. A "gigante e perigosa violência" está na porta de casa. 
Como queremos que as pessoas larguem a falsa segurança em suas casas, para poderem ajudar as comunidades mais carentes, sendo que elas acreditam que lá irão encontrar o "perigo"? 
Como mostrar para as pessoas que existem MUITO mais pessoas fazendo o bem, se não é isso que elas vêem nos noticiários? 
Como retirar este "cachorrão" que parece assustador, para que o "gatinho" se sinta "seguro" ?

Precisamos urgentemente falar mais sobre as ações do bem que estão acontecendo no mundo.
Precisamos urgentemente parar de dar destaque aos crimes e começar a valorizar quem está construindo um mundo melhor.
Precisamos urgentemente mudar o nosso olhar.
Precisamos urgentemente acreditar que todo mundo pode mudar o mundo para melhor, basta retirarmos o bumbum do sofá e colocarmos a mão na massa.
Precisamos entender que esse "cachorro bravo" chamado violência que parece ser muito perigoso, na verdade só é assim porque não foi apresentado ao amor, à construção colaborativa, ao pertencimento de comum-unidade.
Até quando vamos ficar paralisados para não encararmos a realidade?

A nossa luta diária é justamente fazer com que as pessoas mudem este olhar e comecem a enxergar que existem muito mais coisas boas acontecendo. 
Existem SIM, pessoas que escolheram fazer parte da solução e não dos problemas do mundo. Você também pode escolher! 
Vamos juntos divulgar o BEM?

fonte: Caçadores de Bons Exemplos

terça-feira, 24 de junho de 2014

Texto de Roberta Trindade sobre morte de policiais no Rio


Fiz um desabafo no meu perfil pessoal, mas gostaria de compartilhar com todos. Mesmo os que me acompanham apenas profissionalmente. E peço desculpas pelo tamanho do texto.

Sabe, há 18 anos, quando entrei pra faculdade, meu sonho era ser jornalista esportiva. Cheguei a fazer um curso - no qual tive a oportunidade de ir ao Maracanã e pela primeira vez sentar na Tribuna da Imprensa (primeira e única, diga-se de passagem... rs) - e cobrir um Flamengo x Bangu (entrevistando Juan e Pet no vestiário).

Quatro anos depois, comecei a estagiar em um jornal impresso diário - onde a cobertura esportiva se limitava a acompanhar jogos como "Amigos do Copo x Rola Cansada". Fazia matéria de um homicídio aqui, uma apreensão ali, uma prisão acolá, e quando percebi já tinha me tornado uma repórter policial.

Fiz um curso na Faepol, me aprofundei no Código Penal, procurei me qualificar, me atualizar, e de repente me dei conta de que já não saberia trabalhar em outra editoria.

Fui apresentada à uma realidade a qual desconhecia completamente. Descobri que o mundo não era rosa, que havia pessoas com pensamentos, comportamentos e valores bem diferentes dos meus.

Conheci policiais - civis, militares, federais, rodoviários - e conheci o dia-a-dia deles. Conheci os bastidores, a rotina, os dissabores. Percebi o quanto eles eram julgados (e pré-julgados), o quanto eram vítimas de pessoas cheias de pré-conceitos e generalizações.

E ficava tentando entender como aqueles homens e mulheres tinham forças para sair de suas casas (sem garantia de retorno), sabendo que não seriam reconhecidos e nem valorizados (nem pela população e menos ainda pelas autoridades).

Existem policiais que se desviam, que se perdem, que se envolvem com aquilo (e com quem) deveriam combater? Sim, existem.

Como existem advogados, como existem jornalistas, como existem engenheiros, como existem médicos que envergonham suas respectivas classes. 

Caráter (ou ausência dele) é do homem, e não da profissão.

Reconheço que fico triste ao perceber que a vida - e a morte - desses homens e mulheres não causa indignação.

Ao invés disso, gera comentários como "um policial com um carro desses?", "um policial com cordão de ouro?", e outras baboseiras.

Ninguém questiona o fato de homens estarem perdendo a vida simplesmente por terem a identidade funcional descoberta.

Queridos representantes de organizações de "defesa dos direitos humanos": vocês tentam justificar a falta de atenção à questão dizendo que "policiais representam o Estado" e que vocês só se preocupam com "as vítimas do Estado, e não com os representantes dele".

Homens e mulheres que recebem um salário que não condiz com a importância que têm, que muitas vezes não têm viaturas, armamento ou coletes, que ficam em unidades com estruturas precárias (sejam algumas bases de UPPs, sejam algumas delegacias sem ar condicionado, sem banheiro, etc.). Poderia enumerar dezenas de outros obstáculos que esses policiais enfrentam diariamente, mas acho que ninguém teria paciência de ler um texto tão grande...

Esses homens e mulheres não são vítimas do Estado?

E, sendo representantes do Estado, não seria absurdo que fossem eliminados da forma como estão sendo sem que resposta alguma seja dada?

Em menos de 60 dias, temos 34 policiais baleados no Estado do Rio. Destes, 12 morreram. Este é um número aceitável?

E espero que ninguém surja com o blá blá blá "eles sabem que a profissão é de risco", "policial morrer é normal".

Não, não é. A morte deve ser consequência, e não regra.

E que tipo de justificativa seria essa? Então porque ele é policial não merece o direito de viver?

Ah, merece sim. Morrer deve ser um risco, e não uma exigência. Uma exceção, e não uma regra. Uma fatalidade, e não um costume.

Em 2011, 72 policiais foram assassinados nos EUA.
No mesmo ano, somente no Rio de Janeiro, 130 policiais foram baleados - 61 morreram. Somente no Estado do Rio.

Um procurador-geral dos EUA pediu que as autoridades federais trabalhassem junto com os departamentos de polícia locais para tentar encontrar soluções para o problema.

E aqui? O que foi feito aqui para analisar, entender e reverter esse quadro?
Nada! Tanto que os números só crescem...

Em 2012, 136 policiais baleados - 71 morreram.
Em 2013, 201 baleados - 81 mortos. 

E quer dizer que isso é normal? Não, não é.

"Ele escolheu essa profissão" é uma tentativa de justificar o injustificável tão válida como dizer que professores não podem reivindicar melhorias porque quando resolveram seguir a carreira já sabiam os salários que iriam receber.

A partir do momento em que policiais passam a ser mortos simplesmente pelo fato de serem flagrados com uma farda, ou com uma carteira, ou com uma arma, o problema tem que ser de toda a sociedade.

Ao longo da madruga deste domingo, dois policiais do 12ºBPM foram baleados durante confrontos no Morro do Cavalão, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, e no bairro Chic, em um dos acessos à Favela Vila Ipiranga, no Fonseca, na Zona Norte.

Logo no início da manhã, saindo de serviço, o sargento Joilson foi covardemente executado na Cova da Onça - horas após participar de incursão pra acabar com baile funk do CV no Complexo da Lagoinha, no Caramujo.

Aquelas pessoas que vivem criticando a Polícia, reclamando dos bailes funks do tráfico que incomodam seus sonos, eu pergunto: será que agora vocês também vão se pronunciar?

Até quando serão omissos achando que policiais são apenas números e que as mortes deles não são problema de vocês?

Aos que conseguiram ler até aqui, peço desculpas pelo tamanho do texto. Desculpe-me por te fazer perder alguns minutos de seu dia, mas eu precisava desabafar.

fonte: http://robertatrindade.com.br/?page_id=8951

quarta-feira, 9 de abril de 2014

QUE DIFERENÇA!!!!

quinta-feira, 27 de março de 2014

O Governo holandês decidiu adotar a mesma política da Dinamarca e Alemanha e impor a seus presidiários o pagamento de 16 euros (50 reais) por dia por ficarem atrás das grades. O projeto de lei deriva dos acordos pactuados  pela atual coalizão no poder, formada por liberais de direi ta e social-democratas, e busca duas coisas: obrigar o criminoso a assumir o custo de seus atos e poupar, concretamente, 65 milhões de euros (205 milhões de reais) em des-
pesas judiciais e policiais.
 Na Holanda existem 29 presídios, sendo que deste total 8 foram fechados por falta de presos. O Governo holandês diz que o detento é parte integrante da sociedade e se comete um delito tem obrigação de contribuir com os gastos inerentes.
No Brasil é totalmente o contrário. 0 detento raramente trabalha e sua família ainda recebe do Governo Federal uma ajuda de custo superior ao salário mínimo, ou seja 982 reais.

fonte:http://agentepolicialcivil.blogspot.com.br/2014/03/o-governo-holandes-decidiu-adotar-mesma.html#links

quinta-feira, 13 de março de 2014

Carta de um policial medíocre


Por Danillo Ferreira


A polícia pra mim é um emprego. Nada mais nada menos que isso. Só quero trabalhar as horas que sou obrigado a trabalhar e pronto, ir para casa e fazer o que é meu. Durante o serviço evito esforço: quanto menos problema arranjar, melhor.

Tenho colegas que são tirados a “operacionais”, se espelham no Capitão Nascimento e querem resolver os problemas do mundo com tiro e tapa. Adoram paramentos, bolsas, equipamentos, spray de pimenta, munição, farda tática, blá, blá, blá.

Ingenuidade de quem assiste muito a filme de Hollywood e a esses programas de meio dia com abutres gritando por sangue e violência.

Outros colegas são filósofos do policiamento. Policiólogos. Querem porque querem conversa com a comunidade, tecnologia, administração inteligente, blá, blá, blá.

Ingenuidade de quem acha que o ser humano tem jeito e que tem sociedade sem governo mandando a polícia fazer o que ele quer que ela faça, sem questionamento nem teorias.

Sou policial para tirar o meu, com o mínimo de trabalho possível. Sou avesso a lutas políticas e a qualquer espertinho tirado a bem intencionado se proclamando líder. Só quero vender meu tempo. Geralmente minha presença em pé na rua basta. Fora isso é blá, blá, blá.

copiado de:http://abordagempolicial.com/

quinta-feira, 6 de março de 2014

Educação ou fraqueza?



O ser humano merece trato digno por parte de quem quer que seja, mormente pelo Estado, que deve ser o mantenedor dos direitos desses cidadãos, uma vez que tem suas ações guiadas por comandos constitucionais que se lastreiam em ações garantistas. Mas será que todo o povo brasileiro se permite ser tratado de forma digna?

Não é novidade afirmar que a população brasileira carece de boa educação, acesso à saúde, saneamento básico, e diversas outras obrigações do Estado. Muito por falta de tais garantias, a maioria dos cidadãos brasileiros é criada dentro de “Guetos de Varsóvia”, e para tanto se adaptam às suas realidades, criando, além de mecanismos de auto preservação, o recíproco distanciamento de seus representantes e servidores públicos. Naturalmente se ergue a imagem de um inimigo do povo, o Estado.

Dentro de seus guetos, a população vive com o pouco que tem. Aliás, sobrevive. Com tantas carências, quais são as referências de valores sociais desse povo? Com certeza são poucos os exemplos que podem ser listados. E dentre os que podem ser elencados, será que o povo conhece suas histórias? Ora, figura-se então a construção de uma sociedade sem bons exemplos de cidadania.

Os problemas que cito são condições de degradação de valores sociais, mas ainda não foram suficientes para desconstruir os valores morais de cada cidadão. Entretanto, qual seria o produto de tal relação? Qual seria o produto de um povo que, apesar de sustentado em alguns valores morais ainda remanescentes, educa o seu semelhante sem qualquer noção de cidadania? Seria uma sociedade que acerta quanto ao conteúdo e peca quanto à forma? Qualquer resposta dada aqui seria eminentemente empírica, mas os diversos relatos de pessoas inseridas em tal realidade dão conta de que os processos de educação pelos quais passaram, sejam eles de cunho familiar, escolar, dentre outros, quase sempre foram acompanhados de injúrias e agressões físicas por parte de seus “educadores”.

Observo então tal realidade no contexto da prestação do serviço de polícia ostensiva, baseado em minha experiência profissional como policial militar, e percebo que grande parcela da população das áreas carentes reage de maneira resistente em abordagens, chegando a debochar e ou desafiar o efetivo policial quando este lhes trata de maneira urbana e educada. Quase sempre há necessidade de evolução no nível de uso da força. Outrossim, vale salientar que as aversões que relato não são exclusividade das comunidades pobres, mas nesses locais elas ocorrem por razões diversas das comunidades mais abastadas, onde o cidadão também apresenta comportamentos de resistência às intervenções policiais, mas desta vez por se julgarem fora do padrão social daqueles aos quais o serviço da polícia – em seus imaginários – se destinaria.

Ao analisar tais resistências sempre me pergunto a razão de tal comportamento. Quanto às comunidades mais abastadas, não nos é forçoso identificar a motivação, uma vez que ela sempre é revelada pelos abordados, conforme já exposto. Mas quanto àqueles de regiões necessitadas? Seria a generalização do descrédito do povo para com seus servidores, ou um choque de realidade tão grande, gerada pela ausência das injúrias e agressões físicas – que sempre estiveram acostumados a suportar quando tinham contato com relações de poder – que lhes impede de reconhecer a figura do Estado em exercício do seu poder de polícia, a ponto de confundir educação com fraqueza? Qualquer que seja a resposta, somente com o fortalecimento dos valores sociais poderemos tirar a nossa sociedade do rumo da auto destruição.

fonte:http://abordagempolicial.com/2014/03/educacao-ou-fraqueza/